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Protagonismo no Brasil, base 100% do clube, Arena Corinthians... Citadini fala ao Meu Timão

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Antonio Roque Citadini atendeu a reportagem do Meu Timão em sua residência

Antonio Roque Citadini atendeu a reportagem do Meu Timão em sua residência

Meu Timão / Larissa Lima

A eleição presidencial do Corinthians está marcada para o dia 3 de fevereiro, mas segue a todo vapor no Meu Timão. Após Romeu Tuma Jr., o site traz agora ao internauta corinthiano, sócio do clube ou não, as impressões e metas de Antonio Roque Citadini, candidato da chapa "Corinthians Mais Forte", que ainda tem os vices Osmar Stabile e Augusto Melo.

Vice-presidente de Futebol entre os anos de 2001 e 2004, marcado por quatro títulos, Citadini tenta pela segunda vez chegar ao principal posto no clube - em 2015 obteve cerca de 43% dos votos, sendo derrotado pelo atual mandatário Roberto de Andrade, da situação. E demonstra confiança para isso. "Todas as pesquisas que fizemos apontam isso", garantiu o candidato durante a entrevista exclusiva concedida em seu apartamento na região da Avenida Paulista.

CANDIDATOS AO MEU TIMÃO:
Andrés Sanchez: "Institucionalmente o Corinthians deu uma parada"
Felipe Ezabella: "Clube ainda é muito dependente da receita de TV"
Paulo Garcia: "Clube precisa ter um plano diretor de dez anos"
Romeu Tuma Júnior: "Não faço promessas, assumo compromissos"

Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Citadini tem na equação da dívida da Arena Corinthians seu principal objetivo em caso de vitória. Na verdade, o estádio, que é tão elogiado pelo candidato, acabou sendo um dos fatores que mais o motivou a tentar a presidência do clube. "Vivemos um momento singular em nossa história", lembrou.

Outra promessa do representante da chapa "Corinthians Mais Forte" é de um clube mais protagonista no ambiente político do futebol, principalmente diante das decisões a serem tomadas pela Confederação Brasileira de Futebol. Citadini ainda fala da relação com a Omni, da precificação dos ingressos na Arena, do gerenciamento da base, entre outros assuntos.

Acompanhe os principais trechos da entrevista exclusiva

Antonio Roque Citadini tem na Arena uma de suas grandes metas

Antonio Roque Citadini tem na Arena uma de suas grandes metas

Meu Timão / Larissa Lima

Meu Timão: O que levou você a montar a chapa e a lutar pela presidência do Corinthians?

Antonio Roque Citadini: Primeiro: sou candidato porque acho que o clube vive um momento singular, com vários problemas localizados. Temos um estádio belíssimo, que enche de orgulho o clube, que precisam ter algumas questões básicas resolvidas: precisa terminá-lo, precisa consertar o que foi feito errado e até discutir alguns valores com a Odebrecht. Então, tem o estádio. Eu posso contribuir para o problema do estádio. Sem ser arrogante. É que o grupo que está lá (situação) esgotou a capacidade para resolver essa situação. Estádio foi inaugurado em maio de 2014, estamos encaminhando para a Copa de 2018. E os problemas não avançaram um palmo. O Corinthians não se acertou a conclusão da obra, não conseguiu a definição do valor com a Odebrecht, não conseguiu uma forma razoável de pagamento, não conseguiu uma gestão mais moderna do estádio...

Como resolver a dívida da Arena com a Caixa e a Odebrecht? O que é possível ser feito?

Nós estamos a quatro anos repetindo os problemas. Eu acho que uma diretoria nova não é desvinculada dos compromissos do clube. Os compromissos do Corinthians são da instituição Corinthians. Eu diria desvinculada do dia a dia, que foi a construção do estádio. Porque a construção foi um momento de grande euforia. Muitas coisas foram faladas para serem feitas, e agora é hora de se discutir sobre isso. E o clube e esse atual dirigente não têm condição de, mesmo tendo participar disso, negociar. Estou entrando em questão básica. Vou dar um exemplo aqui: a abertura da Copa do Mundo em 2014 ficou em R$ 100 milhões. O Corinthians aceitou e se comprometeu com isso. Achou que a Prefeitura, o Governo do Estadual, a CBF iriam bancar isso daí. Todo mundo deu no pé. Ficou o Corinthians, porque ele se comprometeu. Este imbróglio, a atual diretoria do Corinthians não consegue dar um passo à frente, e precisa fazer isso. Acho que precisa dar um passo à frente e reconhecer o que você quem vai ter que bancar. Se é este o preço para resolver, eu não sei se será, existem muitos pontos em que o Corinthians precisa franca e lealmente negociar com a construtora.

E não vamos entrar em críticas vazias, a construtora construiu. Somos nós quem devemos chegar lá e falar o que falta e o que não concordamos. A atual diretoria do Corinthians, nesses quatro anos, não tem condição de fazer isso, por razões várias. Mas a verdade é que ela não fez isso. E como ela não dá um passo à frente para resolver, não se resolve. Nós vamos fazer isso, encarar o problema de frente. Vamos encarar com a construtora, e obviamente ela vai falar o que foi e o que não foi autorizado. É uma coisa a se discutir. É muito possível que possa haver um acordo, mas, se não houver, vai para a arbitragem e ela decide o que vai fazer. E aí o que a gente tiver de aguentar, aguentamos. O clube é centenário, não vai falar que abre mão.

A nossa função é encontrar uma solução adequada para o Corinthians que complete a essa questão da construção do estádio. Mas temos outras coisas. Temos que resolver com a Caixa, que é a financiadora. O Corinthians e a Caixa fizeram um plano de negócio que hoje sustenta a construção que hoje é completamente realista. E não há mal nenhum que você reveja um plano de negócio com a Caixa. O que ela não quer é que a construção não seja paga. Dá para resolver. Se não der para resolver com a construtora, vai para a arbitragem. Mas com a Caixa vai ter que fazer uma negociação.

A gestão do estádio, que se pensava ser uma gestão muito profissional, que encontrasse receita pagas ao clube, ficou restrita, basicamente, à venda de ingressos, ao trabalho da Omni. O que é questionável, porque ela é pouco moderna. Eu acho que o Fiel torcedor é muito bom, mas a maior parte dos países o ingresso é no seu celular, uma coisa mais moderna. A Arena não comporta ter cambista, isso é um retrocesso. Mas são problemas que dá para resolver. A minha candidatura só tem sentido dentro desse quadro. Não quero ser presidente para ocupar mais um cargo no Corinthians, porque fui durante quatro anos gerente de futebol. E você sabe que aguentar seis meses nesse cargo já é muito. Mas a verdade é que eu acho que podemos contribuir para isso.

Arena é um sucesso de público nos jogos do Corinthians. Acha que outros eventos são necessários?

Não podemos ser arrogantes. Há muitos estádios no mundo que são super bem explorados desde o estacionamento para feira de moda, carro… Não é essa coisa de usar gramado para fazer show. Isso eu sou totalmente contra. Não dá certo em lugar nenhum. Embora a mídia fica distante, o que tem acontecido é horroroso. Quantas vezes você viu o Palmeiras jogar num gramado horrível? E não existe isso, porque se existisse os americanos fariam isso. E também não é legal o clube jogar no Pacaembu porque a Arena está ocupada. Mas acho que dá para fazer como os americanos. Fazer uma super utilização em várias áreas do estádio para fazer receita. A receita da bilheteria sempre vai ser maior, mas é claro que dá para fazer.

Sobre a venda de ingressos... o que pensa sobre os valores?

Eu acho que tem que aumentar. A política de preço esse ano eu divergi, mas comprei. O pacote foi canibalizado, foi vendido a preços… Eu não sei se o Corinthians achava que iria mal no campeonato, que iria mal com a torcida, mas acabou vendendo por preços muito baixos para as áreas nobres. Eu, por exemplo, pago muito baixo. Deveria ter pago mais. Especialmente os ingressos mais baixos foram vendidos por muito pouco. Uma coisa que o Corinthians mostrou nesses anos da Arena é que há um público para o preço alto. Eu sou favorável que haja áreas no estádio com preços populares, é uma obrigação. Mas como é uma obrigação nossa vender mais caro os preços altos.

As pessoas me cobram quando eu estou assistindo ao jogo e eu digo: “Se nós não pagarmos caro, quem vai pagar? O pessoal de baixa renda?”. Não devemos fazer medidas populistas com os preços dos ingressos da Oeste. Nós devemos dar alguns passos. Porque acho que é uma tragédia ter clássico com uma torcida só. Além disso, deveria ter uma faixa no estádio de torcida mista. As pessoas que não se importarem, assistam com torcedores do Palmeiras, do São Paulo. O clube precisaria ser inovador, como é, para criar uma área mista em todas as áreas, caras e baratas. E quem tem que romper com isso é um clube grande como o Corinthians. Chegar para a Polícia, Ministério Público e Federação e falar que isso não dá mais, que o futebol vai virar uma coisa muito chata.

Eu sou favorável que a polícia fique fora do estádio. Elas fazem o que querem porque as diretorias são frouxas. Mas o lugar da polícia é do lado de fora. O clube tem que estabelecer sua forma de se relacionar, inclusive com a torcida, porque ela aprende a ser responsável. Aprende que lá dentro vai ter só segurança do Corinthians. Eu sou favorável que até a revista seja feita por funcionários do clube, porque o espetáculo é do Corinthians. É particular. Aliás, foi a Polícia a grande responsável por separar a torcida. Apareceu alguém na década de 70 e deu nisso.

Em relação ao famoso naming rights, o que pensa?

Eu não conto com naming rights por várias razões. Primeiro porque esses quatro anos foram uma coisa desgaste. Tem uma companhia árabe aí que ganhou muito dinheiro com esse tanto de publicidade que teve de três em três meses. Eu acho que o naming rights foi usado muito politicamente pela diretoria do Corinthians. Toda vez que tinha uma coisa ruim, falava que estava na iminência de assinar um naming rights. Não dá para falar nisso porque hoje a nossa situação é ruim nessa área. Nós não temos uma propaganda master. E outra coisa, essas empresas pequenas anunciando fica chato. O Corinthians sempre teve publicidade de empresas grandes. Hoje quem anuncia é a Companhia do Terno. Me desculpa, mas eu não sei nem onde fica. Esse é um desastre do marketing. Nós vivemos hoje um desastre absoluto do marketing. Não ficar falando em naming rights se não conseguimos ter uma propaganda decente e estável na camisa.

Citadini acredita que o naming right não tem mais chance

Citadini acredita que os naming rights não tem mais chance

Meu Timão / Larissa Lima

Acha que é possível fazer algo com a Fazendinha?

A Fazendinha e o Parque São Jorge não têm mais nada a ver com o futebol. O clube treina no CT e joga na Arena. Não tem mais essa história. Tem candidato dizendo que o Corinthians vai treinar uma vez por semana lá, mas isso é para atrair os sócios. Depois que estreamos o CT, eu era favorável a se fazer o que se fez, sair de lá de uma vez. Mas o fato de não haver mais futebol também abre espaço para uma melhor ocupação. Já que não temos mais futebol, vamos focar nos esportes olímpicos. Basquete, vôlei… E vamos pensar em melhor o clube social, que hoje está largado.

A Fazendinha tem de ser pensada para esportes olímpicos e como clube social. Dizem que fazer show lá é muito difícil pela localização, mas eu acho que podemos aproveitar a área porque temos outros esportes, a área de atletismo. Podemos usar para futebol americano. Não digo ser usado pelas mulheres porque eu sou favorável que o futebol se jogue na Arena. Nós vamos encher aquele Arena para assistir jogo do Corinthians. O Corinthians disputa todo tipo de campeonato, mas eu contra esse negócio de parceria com Prefeitura, com Audax… O time vai ser do Corinthians. Se nós não conseguimos ter dinheiro para montar um time de futebol do Corinthians, o nosso marketing é muito incompetente. E nós precisamos colocar o futebol feminino lá, obviamente com outros preços. E isso até favorece para que pessoas que não conheçam o estádio, conhecerem.

Muita gente reclama da falta de transparência dos números e cifras. É possível melhorar isso?

Em questão de transparência falta tudo. Eu não sou favorável a ficar divulgando informações que digam respeito apenas ao jogador. Falta o clube esclarecer as coisas. O Corinthians tem uma coisa curiosa: ao mesmo tempo em que é um grande clube, age como clube pequeno nessas coisas. Coisas que são relevantes ele espera ser massacrado na imprensa para dar uma versãozinha muitas vezes contraditória. Quando ele poderia tomar a iniciativa. Nessa área muito pode ser melhorado, sem que isso fira nenhum dos contatos que temos de ter sigilo, cautela. Mas nesse ponto, o clube é um desastre. Sai uma notícia ruim sobre o Corinthians, ela fica andando dias e dias e dias. Depois de muito tempo, solta-se uma nota que é pior do que a notícia que saiu. Aliás, vou trabalhar muito nessa área: O Corinthians é um clube que não tem interferência no futebol brasileiro. Age como se fosse mais um ali, pequenino, do interior de Goiás.

Você fala em relação à falta de protagonismo do Corinthians no cenário político do futebol?

A CBF fez uma mudança horrível no estatuto. Simplesmente rebaixou os clubes. A maior parte das federações são sustentadas pela CBF. Se eu fosse da diretoria do Corinthians diria: “Mudem isso ou não vamos votar para a presidência”. Se eu for eleito dia 3 de fevereiro, garanto que com esse estatuto não vamos votar na CBF. Ele é uma vergonha. Outra coisa, a FPF recebe 5% da nossa renda. A que título? Não ajudou com um tijolo. Por que temos de pagar um pedágio desses para eles? O Campeonato nós recebemos pela televisão, eles recebem a dele, e para de olhar a nossa renda. A nossa renda é nossa. Aí eles me dizem que eu vou criar um problema sério para o Corinthians, que a CBF, a FPF e a arbitragem vão nos perseguir. Não vão perseguir nada. Olha o nosso tamanho! Todos os nossos jogos são transmitidos ao vivo, com câmeras por todo lado. Se alguém nos prejudicar vai se ferrar. O clube não tem que ter medo. Os dirigentes do clube não têm que querer cargo na CBF, na federação.

Aliás, foi um dos erros do Andrés. Isso é cargo para time médio. Por exemplo, a CBF hoje é ocupada pelo São Paulo e pelo Palmeiras. Eu fico satisfeito. Porque nós não queremos ter nada, não precisamos de nada. O Corinthians é o Corinthians e basta. Quem deve dirigir isso é dirigente de time médio, que tem um monte por aí. Não tem mais nenhum termos confrontos. Quem toca futebol é clube. Há duas maneiras do futebol melhorar. A primeira é pelos clubes, que mal ou bem discutem as coisas. A segunda é o governo que, se quiser, ajuda com leis. Federação, confederação, não querem mudar nada. Querem, de preferência, que fique pior. Então nós temos que acreditar no tamanho que temos. Vamos usar isso para melhorar o futebol. Muitos não vêm por causa do Corinthians. Mas, na hora que a gente vier, vários vão vir atrás. Porque o Corinthians falar uma coisa dessas significa a imprensa pensar, a televisão mostrar.

Um dos graves erros do grupo dirigente foi ter perdido uma oportunidade história. Foi quando no período pré-Copa do Mundo as receitas do futebol subiram muito. O Corinthians sempre teve o melhor contrato de propaganda na camisa. No começo do anos 2000, isso era por volta de R$ 7, R$8 milhões. Hoje é quase cinco vezes mais. Houve um grande aumento de receita, a TV explodiu, o material esportivo explodiu. O erro do Corinthians foi aumentar o gasto, quando poderia, na verdade, nessa hora que deu um salto chegar ao equilíbrio. Então, agora, vamos ter de buscar a estabilidade.

O que pensa sobre o atual momento financeiro do clube? É possível ter um time mais forte?

Não dá para não ter um time forte. Pelo Corinthians e pelo futebol. Precisamos ser mais competente do que se é normalmente. Porque temos menos dinheiro, mas vai ter de ter um time competitivo. Eu acho que isso não é impossível. Um exemplo é esse ano. Talvez tenhamos o time que menos gastou, e isso não quer dizer que não gastamos, porque temos uma folha salarial alta, então dá para encontrar uma solução. Por outro lado, você não pode achar que só gastando você tem um bom time. Temos como exemplo o Palmeiras, o Flamengo...

Sobre a base, como vê a atual situação nas categorias inferiores? Qual percentual mínimo que o clube deve ter dos garotos?

A nossa base é uma das minhas divergências com a diretoria. Acho que um grave erro cometido pelo grupo Renovação e Transparência foi estabelecer política de parceria com empresário de jogador da base. Isso provou ruim, porque revelou pouco e não deu dinheiro. Sou favorável a que todos o Corinthians tenha 100% de todos os jogadores, como acontece com o Barcelona, por exemplo. Percentual aceitável é 100%. Se não aceitar, vá jogar na Portuguesa, porque nós não estamos revelando nenhum Rivellino. Este trabalho tem um grave problema que é criar um campo de promiscuidade entre empresário e dirigente que prejudica o clube. Não é uma boa.

Dos 100% eu não estou falando contra o agente do jogador que é quem negocia o contrato, sou contra o Corinthians pagar comissão para quem negocia com o Corinthians. O Corinthians estabeleceu um critério que eu não concordo. Pagar comissão quando contrata, quando vende, quando renova… Isso aí não existe. A comissão só é paga para o empresário que vendeu o jogador para um time do exterior.

O Corinthians, por exemplo, tinha apenas 40% do Guilherme Arana...

Não é só isso. O clube pagou durante anos o salário dele, o treinador, o dentista. O erro está na situação. Se eu estiver lá na presidência, só sai se depositar o valor da multa contratual. Eu vou fazer pior. Se não depositar a íntegra da cláusula rescisória, não sai. Se for interesse nosso, claro. Esse problema não apareceu no último ano. Mas, nos últimos anos, o Corinthians contratou muito. E aí eu não tô falando só de jogadores que aparecem, tem na base, Corinthians B… Então precisa contratar melhor, mas menos.

Eu acho que tem de estabelecer um programa a curto prazo para buscar o equilíbrio, por mais doloroso que seja, a gente vai ter de encontrar fonte para mais recurso. Porque o nosso problema hoje não é só no lado da despesa, temos que encontrar no lado da receita.Você veja, nós estamos desde o começo do ano sem a Caixa, sem a publicidade master. Isso aí é um prejuízo e vai acumulando.

E sobre a Omni, o que pensa da empresa que administra o Fiel Torcedor?

Não conheço os detalhes contratuais, o que eu tenho com a Omni é o seguinte: a Omni é uma empresa que só trabalha para o Corinthians. Essa é uma coisa difícil de justificar. Porque uma empresta tão eficiente neste ramo, só trabalha com um clube? Nasceu e trabalhou só com o Corinthians. É uma situação, de alguma forma, no mínimo estranha. Também não acho que se deva fazer acusações, "ah, a Omni é de fulano, é de ciclano". Esse tipo de acusação não ajuda em nada. O que ajuda é dizer o seguinte: "Senhores, temos um contrato e ele é arcaico. Vocês estão fazendo um trabalho em um estádio pré-Copa do Mundo. Queremos um trabalho de estádio depois da Copa do Mundo, como hoje se faz na Europa. Como se compra ingresso na Europa, como se atende o torcedor na Europa".

Então é isso, é visível que ela (Omni) tem uma coisa arcaica, até aquelas catracas que o Corinthians paga aluguel. Eu vi aquilo na década de 70, quando não tinha internet. Eu acho que o problema é o seguinte, é claro que é uma coisa estranha ela só trabalhar com o Corinthians. Mas, a empresa que for administrar isso daí, será cobrada de algo muito moderno e avançado. Aliás, é o que me dizem que tem no mercado com muito mais agilidade, com custos menores e muito mais moderna. Tudo que me falam é arcaico e eu não tenho nenhuma maneira de discordar.

Acha que o sistema pode melhorar?

Eu acho que tem que mudar todo o sistema e nós vamos mudar. Vamos pegar o que eu vejo toda vez que eu vou para outro país, estou falando Europa e Estados Unidos, porque América do Sul é uma porcaria, o estádio do Chile e aquilo ali não contribuição a dar. Mas tem que pegar tudo que bom que tem em contribuição moderna.

O que pensa sobre os sócios-torcedores com direito a voto?

Hoje nós temos um problema sobre isso. Temos dois. O primeiro é o problema da Omni. O segundo, que é o que desgasta muito essa relação, é que os sócios do clube, que estão em número tão limitado - se pegar só os que pagam dá uns três mil, quatro mil- poderiam e devem ter acesso ao sistema do Fiel Torcedor. Comprar ingresso. Porque a maior bronca é de sócio que não consegue comprar ingresso. Se criasse um sistema que pudesse comprar, indiretamente você vai permitir muitas pessoas se tornarem sócias do Corinthians. Passa a ser algo interessante. É uma coisa assim, que permitiria acabar com esse problema. O que eu vivo no clube são pessoas revoltadas porque não conseguem comprar ingresso. Obviamente, não conseguem para os jogos mais importantes. Tem que cair em cambista, uma coisa muito chata.

Por fim, qual recado daria para o torcedor do Corinthians?

Eu acho que alguns corinthiano, primeiro falo a todos, devem encarar as dificuldades sem desespero e sem uma visão negativista. Nós, obviamente, temos problemas. Mas nossos problemas são compatíveis com a nossa realidade e o clube pode se recuperar. Eu mesmo só digo que só penso em ser candidato, porque acho que ajudo em uma situação dessa. Infelizmente, o clube está paralisado desde a Copa do Mundo e não dá um passo à frente. Ficam anunciando naming rights, mas isso não é um passo à frente. Precisaria dar um passo à frente. Então, aos corinthianos eu diria que não fiquemos numa posição negativa sobre o clube. O clube irá superar essas coisas. A pior coisa seria dizer que o clube não iria superar, nós estamos reconhecendo que tem (problemas) e que vamos recuperar.

A segunda coisa que eu gostaria de dizer, aos sócios, é que tanto mais importante será para o Corinthians o caminho de superação quanto mais sócios participarem das eleições, das discussões. Tenho procurado fazer isso não só com o sócio, mas com os torcedores e até adversários. Acho que tanto o sócio como torcedor, devem entender que vivemos um momento especialmente importante para o clube, agora com o novo estádio. Mas que como consequência, também irá gerar um novo clube, já que o futebol não terá mais uma situação no Parque São Jorge. A verdade é que devemos acreditar que vamos superar esses problemas e não há motivos para recuperar.

Veja mais em: Eleições no Corinthians.

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